quinta-feira, 24 de outubro de 2019

A Noviça vai a Paris: Peripécias na Europa, meu livro and the whole damn thing





Saudações, noviços da montanha. Como estão? Não falo dos Alpes Suíços, mas eles estão logo ali de mim. Falo da Europa, mais precisamente de Portugal, onde resido há quatro meses. As fotos turísticas postadas aqui são todas tiradas por mim. Trago muitas novidades e ideias de conteúdo. Mas depois de um longo hiato, eu gostaria de fazer uns esclarecimentos e updates nesses mais de dois anos sem postar nada. Além de cinema, gostaria de comentar um pouco sobre mim mesmo, para que os meus leitores me conheçam melhor. O texto é longo e sou prolixo mesmo, então sentem que lá vem história, by Rá-Tim-Bum ...

Um longo caminho até Paris... Outubro de 2019


Como muitos devem saber, meu nome é Pedro Dantas, criador da página que deu nome a este blog em que vos escrevo. Sou de São Paulo capital, tenho 24 anos e meio. Sou ariano com ascendente em Escorpião e lua em Gêmeos, assim como a musa Bette Davis que divide aniversário comigo (e muitos outros astros) : 5 de abril, também dia das Telecomunicações. E além de cineasta aspirante de Taubaté, eu me formei em Letras - Português e Russo pela famigerada USP (chamo de CUsp quando estou bravo). Sou também escritor, falarei mais pra frente do meu livro publicado no ano passado e de outros projetos. 

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Não fiz Cinema porque acho uma área difícil e creio que não é preciso uma formação formal na área para se entender e eventualmente trabalhar com isso. Eu não queria estar numa aula cheia de fãs do Tim Burton. Admiro mais o Tarantino que se formou vendo filmes de locadora - life goals. Mas eu acho também que existe mais do que só Tarantino, só Marvel ou só Tarkovsky - eu tento sempre ser diversificado e não limitado. Hoje nem locadora existe mais kkkk mas quem sabe eu não abro uma um dia. Ainda não sei se algum dia poderei de fato trabalhar com o cinema, é uma área difícil e teria de fazer um movimento pessoal à parte das tendências comerciais do gado (tudo que é das massas eu chamo de gado), mas enquanto isso não acontece eu faço meu melhor para aprender mais e mais. Apesar do sonho de ser diretor, acho que eu tenho mais vocação para o roteiro/dramaturgia, pois sempre escrevi muito, e bem! Ter assistido 6 mil filmes na minha vida ajudou e muito, mais do que qualquer curso de merda da ECA ou da FAAP poderiam. Tenho um projeto de montar uma produtora, e também roteiros ainda só idealizados... Uma vez em plena aula de Dramaturgia na ECA testemunhei em uma sala de 50 alunos, dois gatos pingados levantarem a mão para dizer que tinham visto Sunset Boulevard, quando o professor perguntou (Crepúsculo dos Deuses, um clássico obrigatório de Billy Wilder). Aposto que se fosse uma produção pop do Netflix, a sala inteira levantaria a mão. Que tempos...


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Eu na USP, pronta pro meu close-up. Apesar que eu queria fazer mais a Isabelle Adjani em Possessão...
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Bem, quando eu me formei só faltei sair gritando TÔ LIVRE igual a Gretchen fora da Fazenda. Sou grato pela minha formação em Letras, afinal de contas EU APRENDI RUSSO FOR CHRIST'S SAKE (apesar de todos os problemas que enfrentei durante a graduação, desde professores estúpidos, colegas antipáticos, falta de estrutura, esnobismos do meio acadêmico, batalhas de ego, pesquisas intermináveis e vazias, maconha e cerveja ruim como desculpa para tudo, ativismo político afetado e egocêntrico - sei lá, não sou melhor que ninguém, mas eu não SOU nada disso). CLARO, eu conheci pessoas boas que conheci no caminhar, que guardo comigo, claro, mas tenho horror ao meio acadêmico e não sinto a menor falta do ambiente,  a juventude universitária é um aborto e eu prefiro martelar minha mão do que ir em festas de faculdade."Mas Pedro, por que você odeia tanto a universidade?" Eu estudei na considerada melhor universidade do país Brasil. Tenho diploma da USP e posso dizer que isso praticamente mudou em ZERO a minha vida. Puro status. Nem ser jovem eu acho que muda muita coisa. Minha boa saúde, mente rápida, conhecimento e disposição são dádivas e sou grato por elas. A universidade pública gratuita e acessível é uma dádiva do Brasil (quase toda Europa, EUA e cia, não existe uni pública gratuita) que infelizmente está indo para o limbo, pelas péssimas gestões últimas... Pelo atual desgoverno que evito chamar pelo nome. Mas também um certo esvaziamento do sentindo de "cursar uma faculdade", sem status, mas sim para se aperfeiçoar, sem afetações. Não apenas um diploma numa parede, mais uma pesquisa para a biblioteca, ou 24 mil reais na conta do professor que se acha uma estrela da MGM. O que me preencheu foi o conhecimento adquirido, porque hoje sou um professor de idiomas e posso dizer alegremente que trabalho na minha área, pois muitos se formam e abandonam ou nunca exercem a profissão. Talvez se eu tivesse feito medicina ou algo do tipo, seria outra história. Mas eu fiz o curso que eu quis, independente de status ou lucro ( o prédio da Letras parece um cortiço, enquanto o da FEA parece um shopping center). Escolhi uma das habilitações mais flopadas da Letras, o Russo. E uma das perguntas que mais ouço é por que eu resolvi escolher Russo. Dostoiévski? Lênin? Pasmem, mas é por causa do desenho Anastasia. Meu caso de amor com a cultura russo começou com os Romanov... Não sou monarquista, nem de direita cristã (?), mas nem por isso não posso apreciar a História e os seres humanos por detrás dos títulos.

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Não sei como o VHS da Abril não explodiu pelas tantas vezes que assisti 


Grand Duchess Anastasia
Grã-duquesa Anastasia Nikolaievna Romanova - seu nome significa "Renascimento"


Essa é minha professora russa da faculdade, Elena Vássina, com o meu livro. Foi uma trajetória longa, aulas difíceis, nem sempre agradáveis, mas ela sempre me apoiou e me considerava um de seus melhores alunos. Segundo ela, eu escrevo igual ao Tolstói ^^

Desde criança eu sonhava em ir a Paris e à Rússia graças a este desenho que me fez tão feliz na infância. A Rússia eu ainda não realizei, mas o Russo eu aprendi, e Paris eu tive o privilégio recentemente, como vou mostrar a seguir. De alguma forma ou de outra, esse filme sempre está no meu caminho. De alguma forma ou de outra, eu consigo o que eu quero. Quando eu fizer minha viagem para a Rússia, farei questão de compartilhar !

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Um dos hotéis por onde passei em Paris - o apelido/nome postiço da Anastasia era "Anya" kkk

Criei a página no mesmo ano em que comecei a faculdade. No mesmo ano das marchas/protestos que simbolizaram o começo do fim do nosso país - que eu tive a infelicidade de participar, bem no início, pelos transportes públicos, mas foram 20 centavos que custaram a nossa própria Constituição. A iniciativa foi boa na época, bem no começo antes de virar rolê de catuaba, mas é um arrependimento da minha vida. Por que não temos a mesma disposição, mas por uma causa realmente séria e justa? Objetivos claros, união em prol de algo para todos? A polarização aconteceu e está difícil sair dela. 

No mesmo ano, Jennifer Lawrence venceu o Oscar - e eu vomitei mais do que a Elizabeth Taylor depois de se assistir em Cleópatra em Londres.  That was a filthy house (só minha irmã vai entender essa fala), a noite foi digna de Macbeth (de novo). Pelo menos consegui autógrafo de muita gente legal entre 2014 e 2017, que guardo até hoje! (no post da fanmail postei alguns). Emmanuelle Riva, bem antes de falecer, me autografou uma foto e eu fiquei tão feliz... Realmente, a profecia mais estava certa, 2012 foi o fim do mundo e hoje vivemos a própria Twilight Zone! Nessas horas, eu sinto saudade da estabilidade do nosso país na época do PT anos 2000... Talvez pela minha idade menor mas havia um sentimento de maior plenitude, principalmente pela prosperidade dos mais pobres e um certo "deboísmo" (apesar que esse termo é bem pós-moderno pro meu gosto). Foram anos cafonas (mulheres faziam francesinha nas unhas, usávamos jeans horríveis) mas novelas ainda era assistíveis e as pessoas ainda menos insuportáveis, umas músicas até cool. Anos 90 foi a última década que prestou e me proporcionou uma infância feliz, apesar de ter sido na plena era FHC do apagão. Minha impressão. Já fui meio maria vai com as outras e repetia jargões reacionários da minha família ou do Jornal Nacional, hoje tenho minha própria cabeça. Me distanciei eventualmente dos pós-modernos, dos quais tenho fobia, mas como Lauren Bacall dizia, sou D de democrata e L de liberal. O barzinho da esquina vai ser o último lugar do planeta onde vocês vão me encontrar. No fundo,  eu sou um anarquista utópico hahaha seja lá o que for isso. Um outcast de Taubaté, caralho. Não tentem me entender (muito). O que me interessa é a paz e o amor. Sem hipocrisias.


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O mundo atual pra mim

A página Noviça Cinéfila não existe mais no Facebook desde 2017, quando resolvi me ausentar das redes sociais e achei que era hora de sair de cena. Comecei a página sem grandes pretensões em 2013, inspirado um pouco por páginas outras que faziam humor com cinema, e a maioria também já não existe mais, como o Cult à prova de morte, e outras que não lembro mais o nome kkkkkk uma das poucas reminiscentes é a Dias de Cinefilia, que surgiu mais ou menos na mesma época e hoje é ainda bem popular, mas seguiu um rumo mais mainstream. Eu sempre fui direcionado mais para os clássicos e cults, e tentava sempre ironizar e fazer piada, deboche mesmo, de coisas do nosso nicho dos antigos. Como os dvds horríveis da Continental e cia, as cagadas da Classicline (que hoje até faz o dever de casa), os filmes da Versátil mais caros do que barril de petróleo... A dublagem épica de Núpcias de Escândalo, onde o pai da Tracy Lord tinha a mesma voz do Barney. E o TCM Brasil que passa mais filme do Stallone do que filme antigo. Atores flopados da pqp que ninguém liga, enfim mostrar um mundo que existe e não gira em torno do Netflix aka GADOFLIX. Coisas assim. Basicamente eu só pegava a mesma imagem da Noviça (a libriana Julie Andrews, obrigado por não ter me processado até hoje) e falava "Olha só..." algo do tipo "Olha só todos essas cinebiografias, uma mais bosta que a outra" kkkk era bobo, mas eu sinto falta. 

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Noviça sem filtros


Além da página, eu criei brevemente um canal do Youtube, chamado Ministro do Cinema (user que inventei e uso para me autodenominar rs). Também não posto há dois anos, não sei muito hoje se continuarei porque não sei se sirvo pra coisa e não tenho muito estímulo. Se eu entendo muito de um assunto, eu fico 1 hora falando dele. Dispenso afobados que querem segundos contados para não "perder tempo". Eu não tenho câmera nem muita estrutura para gravar mais vídeos (minha diretora/produtora/câmera/editora na época era minha irmã Juliana, mas ela se mudou e tomou outros rumos. Hoje mora no sertão da Bahia, feliz. Minha família de pai é de lá e também já morei por lá, além de visitar eventualmente). 

Não pude trazer meu acervo de DVDs e livros para Portugal então estão todos em Euclides da Cunha. Através da minha irmã estão correndo negociações para mostras de cinema clássico na cidade, com os meus DVDs, na casa de cultura da cidade. Quem sabe um dia não se abre uma sala de cinema ou uma locadora com o meu acervo, ou pelo menos com a minha/nossa colaboração? Eu adoraria... E torço para que algum bom projeto nasça disso. 


Durante gravação de um vídeo na minha breve incursão no Youtube - foto de Juliana Dantas. Eu nem tenho mais essa estante.

Voltei a chamar meu canal de Pedro Dantas e aqui está o link caso queiram assistir. Além de vídeos sobre Fanmail (que atingiu 3 mil views! Um sucesso modesto) e afins, eu disponibilizei alguns filmes antigos que, orgulhosamente, atingiram milhares de views e até hoje eu recebo agradecimentos de todos os cantos do mundo pela divulgação, principalmente pelo filme Claudia, com Dorothy McGuire e Robert Young. :) 


"Como mandar carta e conseguir autógrafo do seu ídolo?" - meu vídeo de maior sucesso. Eu pretendo escrever um livro sobre o tema, num futuro próximo. Aguardem.



Hoje acho que perdeu a graça, eu deixei de ser tão colecionador e me distanciei até do próprio meio de cinema. Já vi muitos filmes, hoje vejo um pouco aqui e lá. Compro DVDs esporadicamente. Me aposentei da fanmail, não mando mais cartas - se calhar, peço autógrafo pessoalmente e fim. É chato quando você tenta pôr um pouco de conteúdo na cabeça das pessoas e elas só querem pão e circo... O meme de hoje tá na Lixeira amanhã, e eu não gosto dessa rapidez atual que sempre nos leva ao superficial.  Cheguei num ponto em que não tinha mais nada a dizer, estava tudo muito repetitivo, então fiz a Garbo após o flop de Two-Faced Woman e sumi - deletei a página. Nunca puxei saco de ninguém nem implorei por seguidores ou likes, nem paguei ou sucumbi aos anúncios, logo conquistei meus seguidores por mérito próprio. Terminei a página com mais ou menos 5200 curtidas, após 5 anos administrando (sozinho). 

Redes sociais ajudaram muito a ruir com os relacionamentos interpessoais, na minha opinião. Do que adianta se ter adicionado ou se seguir se não nos falamos nunca? Se você gosta de algo ou de alguém, priorize! Posso ser muito ocupado, mas eu sempre tenho tempo para o que eu priorizo e amo. Gravo áudios de horas mesmo e foda-se. Não dou desculpas ou culpo o "caos da vida" pelas minhas ausências. Pensem nisso. 

Como não acompanho muito as atualidades e acho que a Arte está morta, pouco interajo ou assisto ao que é feito hoje em dia. Não é arrogância nem nada, eu apenas não me interesso e não me identifico. A maioria dos "cinéfilos" só tem ego e pouco conhecimento que ultrapasse a sua redoma de mediocridade. Ou mesmo que tenham visto muitos filmes, conheçam vários diretores, são pessoas péssimas e hoje eu bem sei que "bom gosto" artístico , assim como espectro político, não define caráter! Sou mais de esquerda, mas muita gente de direita já me tratou melhor do que os ditos progressistas "deboístas" (a geração do "haha" - já percebeu que todo mundo fala "haha" pra tudo?) que mais pregam do que fazem acontecer. Odeio os cidadãos "de bem" e os deboístas igual. Sejam bons, apenas. Do que adianta fazer textão e ativismo de telão quando se suja a rua? Assim como já me dei muito melhor com pessoas sem grande erudição do que com intelectuais de banheiro. Eu admiro quem tem a boa vontade de crescer, evoluir e fazer o bem. Altogether.

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Num marasmo de famosos bocós, políticos fodendo todo mundo, seguidores cabeça oca e discussões de Face que não dão em nada, eu admiro Jane Fonda protestando e indo presa em Washington toda sexta-feita, aos 80 fucking anos. Inspiration

Não me envolvo mais em política diretamente, acho que o buraco é sempre mais embaixo e sinceramente nenhum governo brasileiro fez grandes mudanças na minha vida - apesar de eu reconhecer a importância dos governos petistas na erradicação da pobreza no Brasil, isso é fato, e por posições mais liberais tenho mais enfoque na esquerda. Minha vida foi uma bosta com o PSDB e uma bosta com o PT, mas eu não sou neandertal para não ver as mudanças sociais positivas dos últimos 20 anos no Brasil. Mesmo assim, acho a esquerda do Brasil mais perdida que filho da puta em dia dos Pais. Depois do golpe, nada mais deu pé e eu me desgastei a um ponto que resolvi viver a minha vida e parar de querer mudar o mundo onde ninguém quer , de fato, mudar - mas nem por isso abri mão dos meus ideais! Não dá pra viver feito Alice achando que o Lula vai resolver os problemas do país a vida inteira, por mais que o admire e tenha noção que sua prisão é política. Tento fazer minha parte para preservar o planeta, representar a educação e defender a cultura, afinal os livros são mais poderosos do que armas, e acho que andam esquecendo de lê-los. Chega de formados na faculdade de Facebook, Youtube e Whatsapp. Transformemos cultura e conhecimento em sabedoria.



Em busca de um sentido...


Terminada a faculdade, fiz uma tentativa mal sucedida de me mudar para o Rio de Janeiro - o que me custou muito aborrecimento e até a perda de uma amizade. Vivi mais um ano em São Paulo sendo professor numa escola de idiomas. Aprendi muito lá, melhorei em muito o meu inglês e fiz amizades que levo para a vida - tanto de colegas como de alunos. Se não fosse o mau salário, as péssimas condições da escola e atritos que ocorreram com funcionários de lá, eu poderia ter continuado. Foi um momento em que me senti respeitado como profissional pelas pessoas, onde eu conquistei a minha posição, mesmo que não lá uma "grande" posição. E diferente de 90 por cento das pessoas que dão aula de inglês, eu dou aulas porque realmente é a minha área profissional, não apenas "um bico". Não é exatamente o que eu quero ser a vida inteira, mas por enquanto é o que tem me dado estabilidade e oportunidade de passar meu conhecimento para os outros e também conhecer o outro, outras culturas, novos lugares. 


Em 2018, mesmo morando ok e tendo um emprego ok numa cidade no ápice do caos que é Sampa, eu finalmente realizei uma meta de vida que sempre tive: publicar um livro. Profundo como o mar é meu primeiro livro de poesias. Está disponível na Amazon e Livraria Cultura para compra, pelo preço de 47 reais + frete. Tenho um estilo bem pessoal e confessional, muito inspirado por Sylvia Plath, Clarice Lispector, Drummond, Bandeira, entre tantos outros...




O escritor em sua noite de autógrafos, setembro de 2018

Minhas amigas Débora, Karla e Isabella - às quais dediquei o livro - set. 18


Tenho também dois livros outros. Matou a aula e foi ao cinema, meu primeiro romance. E O Gavião da Noite, segundo livro de poesias. Publiquei como ebooks pela Amazon, e estão disponíveis para compra também por preços acessíveis. 




Hoje trabalho "apenas" como autônomo no momento, dando aulas particulares na região de Lisboa. É mais trabalhoso ir atrás, fazer sua clientela, estar a todo momento antenado para não perder oportunidades, mas é glorioso não ter um chefe nem uma rotina chata e alienante... Assim como virar refém de longos trajetos em condução. Diferente do Brasil, sem querer ser vira-lata porque todo lugar tem problemas, mas os transportes na Europa são bons, acessíveis e funcionam! Não sou o maior fã dos portugueses, mas aqui podemos desfrutar de uma paz social, segurança e serviços de qualidade, além da localização privilegiada no continente Europeu. 


Com minha irmã em Aracaju, num de meus últimos momentos no Brasil. Foi uma boa viagem de farewell... E ainda tenho muitos lugares no BR para conhecer.

Um dia em Mangue Seco, na divisa Bahia-Sergipe. Me senti a própria Tieta

Setúbal, minha atual "morada" em Portugal, na Margem Sul de Lisboa - julho de 2019


Não é o Algarve mas as praias são lindíssimas, limpas e com água cristalina (apesar de gelada). Praia Galapinhos, na Serra da Arrábida

Minha mãe veio antes de mim para Portugal com minha irmã mais nova e eu resolvi seguir o mesmo caminho, para recomeçar a minha vida. Não sei se sou tão forte ou corajoso como alguns apontam, mas eu apenas segui minha intuição para lutar por uma vida melhor e mais digna, que eu não estava encontrando no Brasil. Como já disse, Portugal não é meu país favorito da Europa, mas fiquei encantado com o patrimônio histórico e cultural daqui. 





Primeiramente, há castelos, e muitos! Lisboa é uma cidade classuda, não muito grande, bem mais serena se for comparar com Sampa, combinando o urbano com o clássico, e tem atrações para todos os gostos. É nítido por aqui o cuidado com o patrimônio e com a história, que infelizmente o Brasil por exemplo não cuida nem preserva em sua maioria. A vila de Sintra é como que saída de um reino encantado. Mosteiros e conventos também a perder de vista e de perder a conta por todo o país. 



Palácio de Queluz, moradia de veraneio da família real

O castelo de conto de fadas em Sintra - Palácio da Pena


Palácio de Monserrate, em Sintra

Mosteiro dos Jerônimos, em Lisboa

Palácio da Ajuda


Museu dos Coches - abriga as antigas carruagens e veículos dos séculos passados!

Castelo de Sesimbra


Cabo da Roca - o extremo ocidente da Europa, com uma vista magnífica para o mar no horizonte


Quer primeira classe, mon amour? (eu também, porque nem entrei kkk)

Mas não podemos deixar de registrar principalmente a belezinha da Cinemateca Portuguesa:
















Bem, agora vamos finalmente ao propósito do post, que é mostrar Paris hehe. 

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Desde criança Paris me fascina, até nas historinhas da Bruxa Onilda que minha tia lia para mim

Quero mostrar que Paris é uma cidade maravilhosa, mágica, mas que não é nada irreal. É urbana, tem seus defeitos e qualidades. Pode ser um tanto cara, cheia de turistas sempre, e estando na Europa é mais fácil pra mim, mas gostaria de mostrar tudo sob a minha perspectiva. Meu propósito é não só compartilhar as coisas mas dar dicas e mostrar que não é nada de outro mundo, qualquer pessoa com um bom planejamento pode conhecer a cidade e desfrutar das atrações, que são muitas. Não sou rico nem nada, há coisas que não fiz pela questão do tempo, mas Paris é uma cidade que exige muitas visitas para desfrutar da melhor maneira. Então priorizei o roteiro mais clichezão: Louvre, Torre Eiffel, Arco do Triunfo, essas coisas. Mas resolvi aproveitar em grande estilo e quis incluir Versalhes no meu roteiro, num breve bate-e-volta de um dia. 

Primeiramente, o meio de transporte. Pasmem, mas não fui de avião nem de trem (aqui chamam de "comboio" rs). Fui de autocarro, ou melhor, ônibus. Como eu já sobrevivi a ônibus São Paulo-Bahia, em incríveis 30 horas pelo mato interminável, achei que poderia muito bem sobreviver ao trajeto Lisboa-Paris, que é mais ou menos a mesma distância: 1500 quilômetros, tendo de atravessar a Espanha para chegar lá e ainda boa parte da França, já que Paris está quase ao norte do país. 

Existem sim aviões low cost acessíveis, mas eu quis fugir um pouco daquela chatice típica de aeroporto, cheio de burocracias. E o trem, fetiche da maioria das pessoas quando pensam em Europa, de fato é muito charmoso e uma opção bacana, mas não é tão acessível assim no preço, dependendo do seu destino. Paguei 100 euros no bus ida e volta (por volta de 400 e tantos reais), enquanto no trem seria isso e até mais só na ida... Como meu orçamento estava mais apertado, dessa vez resolvi encarar o bus low cost mesmo, na FlixBus que é uma das empresas mais pop do ramo. Não tem luxo nenhum, é um ônibus bem comum, mas achei ok e tudo funcionou muito bem. Não recomendo tanto para um viagem longa assim como a minha, mas como veem, opções não faltam. De Lisboa até Madrid você pode pagar até 10 euros numa viagem, como SP-Rio, muito em conta... Uma praticidade da Europa são as distâncias curtas, países pequenos, e todos da União Europeia ajuda na moeda, acesso, etc. Só a língua que você vai ter de ter pelo menos um inglês na mão... E saber o mínimo do idioma do seu destino. Meu francês é bem chulé mas alguma coisa até sai rs 

Se quer pagar um pouco mais com conforto e um pouco mais rapidez, o trem vai muito bem. Só atenção porque trem geralmente precisa tomar mais de um, de um país para o outro, dependendo da distância e da localização. Rapidez e preço ok, um avião low cost também dá pra encarar, ou um comum mesmo que não chega a ser exorbitante de caro e dá direito à bagagem. 



Cruzando a fronteira Portugal-Espanha na cidade de Badajoz

Por terra é legal para apreciar a paisagem. Vi várias coisinhas da Espanha durante o caminho... Este é o Castelo ("castillo") de Trujillo, lá longe

Minha rápida passagem por Madrid. Essa se não me engano é a famosa Torre de Comunicação, a Torrespaña... Fiz uma conexão na cidade para tomar um novo bus, da EuroLines, com destino à Paris



Atravessamos a fronteira com a França durante a madrugada, enquanto eu acordava e dormia mil vezes durante a noite podia ver já várias placas em francês no meio da noite. Durante o caminho passamos por cidades como Bordeaux, Orléans, etc. Depois de pouco mais de um dia de viagem, quando já se fazia dia e o campo francês parecia já não ter fim (rs), enfim cheguei na capital. Afobado como sou, já fui correndo pro metrô para começar os trabalhos, porque já era 1 da tarde e eu teria só até sábado de manhã para fazer minhas coisinhas. Desembarquei na estação Gallieni, perto do 20º arrondissement da cidade - que era a região que optei ficar, pelo bom custo-benefício apesar de um pouco longe do centro da cidade. Uma outra coisa que gosto de bus/trem é que você cai dentro da cidade, enquanto aeroportos ficam quase sempre afastados e exigem um transporte a mais.

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Divisão da região principal de Paris, em 20 arrondissements... Quanto menor o número, mais próximo do centro


A gente sai do Brasil mas o Brasil não sai da gente... No metrô de Paris



O hotel que eu escolhi, pelo Booking, chama Residence Internacional de Paris, localizado perto do metrô Porte de Montreiul, linha 9, no 20º arr.  Paguei uns 150 euros em duas diárias (por volta de 600 reais). Eu descartei o Hotel Anya porque estava cheio na data que escolhi (hahaha), mas é um dos mais em conta em Paris pelo que vi, mesmo sem nenhum luxo. Por ter metrô e transporte bom pertinho, eu não achei nada demais ficar um pouco distante do centro. A rua era calma, a vizinhança tranquila, com mercado, farmácia, padaria, tudo perto também. O quarto era meio estilo universitário, com três camas (Lol), um banheiro espaçoso apesar de basic, uma tevê (me diverti com a TV francesa). Para mim estava mais que bom. Eu sinceramente não entendo muito esses turistas que gastam uma boa grana só com um hotel de luxo ou cheio de mordomias tipo piscina e etc. Eu tendo um quarto individual (com banheiro privativo rs), limpinho e tal, tá ótimo. Prefiro investir o dinheiro nos passeios e eventuais compras (também sou bem econômico, não esbanjo nem em comida nem em souvenirs). Fiz compras de comida no Carrefour perto do hotel e eles tinham um petit dejeuner gostosinho. Tinha um croissant super gostoso :-)

Muita gente reclama do chuveiro de mão (que parece um telefone) daqui da Europa, mas eu acho bem ok de usar. Para nós que acostumamos com o chuveiro fixo, é bem awkward, mas é só saber usar e não vai molhar o banheiro todo nem nada. O da minha casa é fixo em cima mesmo, e delicioso por sinal. 



O primeiro dia foi um tanto mais corrido porque eu fui fazendo tudo correndo e virado da viagem, enquanto no segundo, depois de descansar e relaxar durante a noite, eu pude curtir mais despreocupado. 

Meu primeiro passeio em Paris... Foi um cemitério rs. O Père Lachaise é talvez o cemitério mais badalado de Paris... Lá estão enterrados muitos ícones, como Balzac, Wilde, Isadora Duncan, Jim Morrison, Allan Kardec, Edith Piaf (não a encontrei dessa vez), etc. O cemitério é um horror de grande e eu na minha flopagem de costume, me perdi e não encontrei quase túmulo nenhum. Já tinha desistido e indo embora encontrei alguns por acaso, e ainda achei um euro no chão! :)

Nas minhas futuras viagens, pretendo visitar também o Cemitério de Montparnasse, do Montmartre, e assim por diante. São passeios diferentes e de graça... A maioria dos meus ídolos estão mortos mas eu gosto de sentir a aura do lugar e poder pagar tributo fazendo uma visita.


Tentei tirar foto dos corvos mais de perto, mas eles fugiam. Tem muito corvo na França, eu achei

Túmulo do diretor de cinema Claude Chabrol, que achei bem por acaso

Túmulo de Sarah Bernhardt, a maior de todas as atrizes... Uma estrangeira aleatória me ajudou a encontra-lo



Também para o dia 1, eu tinha comprado pela internet o ingresso do Louvre, para fugir das filas bizarras que sempre tem por lá. O ingresso custa 15-17 euros. Online você imprime e mostra lá na entrada, com reserva do horário da sua preferência. Apesar da Monalisa ser o grande motivo de se ir no Louvre, a verdadeira estrela, pelo meu tempo reduzido e cansaço, não encarei a fila quilométrica típica só para ver um quadro. Por mais que eu adore a Gioconda, eu acho que o museu tem muuuuito mais a ser visto, e já ouvi rumores fortes de que o quadro é uma réplica do verdadeiro quadro do Da Vinci. Eu não duvidaria, porque o quadro já está desgastado de tanta coisa que já fizeram nele. Além da tela estar blindada, as pessoas fazerem um verdadeiro circo em torno dele, o que eu acho de um mau gosto tremendo. Talvez em outra vez eu chegue bem cedo só para vê-lo.

A Garbo do Louvre



Como é impossível apreciar os 11kms de arte no Louvre em apenas uma visita, eu resolvi escolher o que eu daria prioridade. Eu resolvi focar na coleção de Antigo Egito, que eu acho fascinante e sempre dou uma boa olhada. Realmente o Egito parecia que não tinha fim, eu tirei várias fotos, só não mais porque a bateria iria acabar. Nos caminhos vi também muita coisa romana, grega e até islâmica. 




Não vi a Monalisa, mas vi a abençoada Vênus de Milo ^^



Eu adoro ânforas gregas ^^




Quero voltar só para tirar mais fotos de cada quadro


A Pirâmide do Museu, do lado de fora

Além do famoso Arco do Triunfo na Champs Élysées, esse do Carrossel fica à oeste do Louvre, já na entrada do Jardim das Tulherias

Mesmo com a minha mochila me matando as costas e protelando para comer/beber, resolvi descansar um pouquinho do Jardim das Tulherias, que é lindinho e estava um dia bem bonito!





Bem, terminada a saga do Louvre, deu para dar uma relaxada e seguir com mais calma. Resolvi sair caminhando pelas ruas na manha, o que eu acho ser o melhor passeio de qualquer cidade: simplesmente andar por aí e captar a aura, a atmosfera do lugar. É maravilhoso. Andar pelo Rio Sena é uma delícia, e estava um vento bem gostoso, só um pouco gelado... Fui no começo de outubro, no começo do Outono. É uma época boa, e bonita, porque o clima está temperado mas ainda friozinho, e folhas pelas ruas dão aquele colorido bonito. Em alguns momentos o vento ficava bem gelado e de noite a temperatura era 10 graus para baixo... Na França eu senti falta de ter levado um cachecol, em clima assim é um acessório muito importante pra evitar friagem. Voltei pra Portugal resfriado.



Resolvi ir caminhando até Notre Dame, na Île de la Cité (uma parte meio "ilha" em Paris), não muito longe do Louvre. Eu queria muito ter ido no Museu D'Orsay, que é outro museu de arte badalado da cidade, de arte moderna mais especificamente, mas eu estava mortíssimo do Louvre e resolvi deixar pruma próxima. 

Tirei foto dele por fora though - visitarei na próxima viagem. É mais compacto e tranquilo do que o Louvre


Rio Sena 


Como a Notre Dame está passando por reformas depois daquele incêndio horrível, acabei nem me aproximando tanto. Espero no futuro esteja reaberta completamente e eu possa ver de dentro (e o Corcunda). Falando nele, as Catacumbas ficaram pra próxima também

Daí esse daqui se perdeu aleatoriamente na região do metrô Cité porque eu simplesmente NÃO ACHAVA o metrô Cité, que era o que eu tinha visto no mapinha. Eu estava num país diferente sem nenhum wifi (apenas do hotel ou dos lugares que passava) e sem 4G, ou seja, fiz muita coisa na manha mesmo e depois de muito estudar os trajetos antes e durante a viagem. Levei escrito em papel mesmo as rotas e nomes das estações etc. O metrô de Paris é antigo, beeem grande, extenso, mas muito bom e prático. Há estações pela cidade toda, não é caro e acho bem acessível. Não fiz questão de tomar ônibus nem pagar um transporte especial. É a melhor forma de se entrosar pela cidade e economizar. No fim, lá pela Ponte Neuf eu acabei encontrando um metrô que serviu pra mim e eu relaxei um pouco, depois de uma leve desorientada andando em círculos. Eu queria ir pela Linha 6 até o Arco do Triunfo e Torre Eiffel, que era o que eu mais queria ver. Digam o que quiserem, mas é o símbolo da cidade. 


A dica mesmo do metrô é ver seu destino, a melhor alternativa, comprar seu bilhete e GUARDAR o mesmo porque sempre tem fiscais conferindo (na Europa é assim, você valida ou compra bilhete e fica com ele, se for pego sem o bilhete/passe leva multa - algumas estações nem catraca tem). Eu não fui abordado em nenhum momento, mas é bem frequente te abordarem, então nunca jogue o ticket fora. Eu comprei um bilhete chamado Mobilis, que vale para o dia todo com quantas viagens você quiser. Custa 10 euros na zona de Paris. No dia de Versalhes, paguei um mais caro, 12.40, para ir até a Zona 4, que é fora de Paris e onde se encontra o Castelo. Ainda deu pra usar por Paris quando voltei... Valeu a pena. Mas o mais em conta é o combo de tickets normais unitários, vem 10 tickets por uns quase 13 euros, algo assim, eles não tem validade mas só valem por uma viagem cada. Avulso é 1 euro e uns cêntimos.


As estações são muito bem sinalizadas e intuitivas


O metrô tem uma vibe bem urbana mas com música, publicidade, estilo, cultura por toda parte... E alguns pedintes também, como toda cidade grande

A estação Trocadero cai logo em frente à Torre Eiffel. O Jardim do Trocadero tem uma das melhores vistas pra ela


Antes da Torre, desci na estação Charles de Gaulle, ali na Champs Élysees, para ver o Arco do Triunfo! (eu encontrava brasileiros turistas em absolutamente todos os pontos da cidade rs)

Foi um dia cheio, porém lindo...

E ENFIM, a inesquecível! Ela é quase igual ao Cristo Redentor no Rio, você consegue vê-la de quase toda a cidade rs Mas de perto, tem que ser pelos arredores do 7/16 arr.


No Palais de Chaillot/Trocadero

Sosseguei um pouco e enfim pude comer um hot dog fromage (cachorro quente com queijo, num pão de baguete grande - pedi em francês, numa rara tentativa bem-sucedida de falar kkk) e sentar um pouco pra apreciar a vista privilegiada. Havia tomado uma bebida gelada antes no metrô, daquelas maquininhas de snacks. Numa outra oportunidade vou explorar mais as opções gastronômicas da cidade, mas gosto mais de fazer sightseeing, trilhas, ver Arte e História, monumentos, então apesar de amar comer e descobrir novos gostos, eu deixo num segundo plano. Apesar que eu adorei o hot dog haha e era vegan btw.

Estava morto de cansado mas mesmo assim queria ainda fazer duas coisas, ver dois lugares, pois eram ali pelas imediações. Foco, força e fé... Mas eu não poderia deixar de ir. Ali no mesmo arr. estava a antiga casa da diva do canto lírico Maria Callas, na Avenue George Mendel; e a casa da Olivia de Havilland, atriz centenária de Hollywood que eu amo, na Rue Benouville. Eram passeios pessoais meus e achei bacana fazer algo de diferente do típico roteiro de Paris. Eu andei um bocado e fiquei andando um tanto em círculos, mas aquelas ruas labirínticas da cidade são um charme. Como não consegui achar o túmulo simbólico da Callas no cemitério (se não me engano, ela foi cremada), foi gratificante passar por sua antiga residência. E Olivia, por mais que eu quisesse tietá-la, resolvi respeitar sua privacidade e idade avançada. Apenas deixei uma carta e uma rosa em sua porta. 



Residência de Olivia de Havilland, em Paris. A atriz vive lá desde os anos 50

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Olivia em sua casa de Paris. Ela mora perto do Bois de Boulogne, outro lugar natureza que não tive tempo de ir mas quero muito! É um clássico da cidade



Para encerrar o dia, resolvi voltar para o Chaillot para ver o show de luzes da Torre, e cheguei na hora exata! Foi muito lindo :3


DIA 02


O sonho de fazer a Audrey em Paris se materializou, bitch

Poderia ter visto bem mais de Paris durante a manhã, mas queria muito conhecer o Palácio de Versalhes então fui até lá de trem partindo da estação Ponte de l'Alma. De lá deu para ter uma vista gostosa do Sena, da Torre, e acabei vendo o monumento Flama da Liberdade, homenagem dos Estados Unidos que acabou virando um memorial da Princesa Diana. Lady Di faleceu num acidente de carro no túnel debaixo do monumento, em 1997.


Os cadeadinhos do amor são tradição francesa!



Trem para Versalhes - uma viagem em média de 25-30 minutos


Chegamos!




Esse lugar é todo suntuoso. Difícil um palácio bater o clássico Versalhes, talvez que chegue bem perto sejam os palácios russos (os quais sonho em conhecer). Eu sempre tive um fascínio por palácios, castelos, e algumas figuras reais. Maria Antonieta é uma delas! Desde o filme da Sofia Coppola e tendo estudado um pouco de sua trajetória. É uma figura controversa, mas foi redescoberta com o passar do tempo depois de tanto banho de sangue na época da Revolução Francesa. Acho que é um mundo que realmente acabou, nos dias de hoje monarquia é algo fora da realidade e coisa de um passado distante, mas esse patrimônio que ficou é para ser preservado pois é da humanidade! É pura História e beleza em forma concreta. 

Para entrar e apreciar, você vai gastar em média 20 euros. Só o Jardim é bem mais barato, mas eu peguei o passaporte que dava direito a todo o território real. Visitei primeiro o Palácio e depois fui até os seus belos Jardins para uma caminhada de não se esquecer rs



Cuidado com a burra, eu vi de longe achei que era a Maria Antonieta, mas é a princesa Victoire

 







Salão de Espelhos!

Agora sim: Maria Antonieta e os filhos


O famoso quadro da Coroação de Napoleão


Estátua de Bonaparte

E então, os famosos Jardins ♥ Andei um bocado porque eu queria ver não só os jardins mas ir a pé até o Petit Trianon, que é um palacete de campo da monarquia, e um pouco mais além o chamado "Domínio de Maria Antonieta". Lá encontramos uma cena rural/campestre bem gostosa. Casinha, engenho, jardim, cercado com bichinhos, lago, natureza e ar puro. Uma delícia e pacífico. Dá para entender porque era um refúgio pessoal da rainha longe da Corte. 







O show de águas é uma maravilha à parte também...


O Petit Trianon, território pessoal da rainha além da corte de Versalhes

"O Templo do Amor"

Lembra o cenário interiorano que A Bela e a Fera usou para o filme/vila da Bella


A bateria descarregou depois daqui, mas depois consegui carregar um pouco e tirar mais fotos já de volta em Paris

Ufa!! Voltei então pra Paris, um tanto cansadinho mas ainda decidi fazer ao menos dois passeios: Cinemateca Francesa (região de Bercy) e Montmartre (para ver o Moulin Rouge, o café da Amélie Poulain e ainda passar pela famosa Basílica de Sacre Coeur). Lá da Ponte de l'Alma cheguei até a linha 6, na estação Bercy. Foi bom andar por lá porque meu ônibus da volta iria parar lá no mesmo bairro, daí no dia seguinte cedinho voltei sem nenhuma dificuldade. A cinemateca é bem em conta, custa só 5 euros para o Museu.

 





Para o Montmartre fiz conexão com a Linha 2 até a estação Blanche (DuBois? kkkkk). 




Um dos meus planos da viagem era ir em algum mirante contemplar a vista da cidade, afinal não subi nem a Torre nem o Arco. Eu tinha pensado em ir na Torre Montparnasse, que é um dos mirantes mais cools, em cima de um arranha-céu. Mas estava bem fora de mão então eu deixei pruma próxima... Mal sabia eu que ali pela Basílica, no fim, eu tinha um mirante maravilhoso! Foi o final perfeito - ou o começo perfeito...




Bônus epílogo: Toulouse, País Basco e algumas cidades da Lusitânia

Alguns dizem que o caminho é mais importante do que o destino. Eu aprecio ambos. 

No ato de compra da passagem, eu escolhi a mais barata. Mas nem me toquei que a conexão da volta não seria em Madrid, mas sim numa cidade francesa chamada Toulouse, mais para o Sul/fronteira da França. Na hora me deu um receio de ficar 4 horas (havia esse detalhe, era uma longa escala, mais um motivo de ser barata kkk) numa cidade desconhecida. Mas com ovos fiz uma omelete, ou com limão limonada, your choice, eu resolvi aproveitar e conhecer a cidade, já que tinha tanto tempo. Hoje vejo uma escala longa até como uma coisa boa, porque você aproveita a parada para conhecer uma cidade nova! Algumas horas são pouco para de fato conhecer um lugar, mas dá para fazer um roteiro rápido ou escolher alguns pontos para conhecer... Eu acho sucesso. 

A cidade não é muito grande então deu para dar um bom passeio tranquilamente pelas ruas. Nessas horas você realmente se sente numa solitude engraçada - andando por uma cidade no meio do mundo by yourself, num país diferente, num idioma diferente, numa cidade onde você não conhece ninguém. Dá um pouco de calafrio quando você se bate com algumas pessoas mal encaradas ou entra numa rua estranha, mas é só ir na manha e stay cool. 

A cidade é conhecida como "La ville rose" por ter muitas casas e prédios de tijolos vermelhos. Dá todo um charme para a cidade.






La Poste, o correio francês



Pôr-do-sol nas margens do Rio Garona, em Toulouse

A viagem de volta foi loooonga. Madrugada na Espanha. Em San Sebastián, no País Basco. Você percebe uma aura diferente, e a língua bizaríssima também. 

Solitude em Valladolid

Achei o nascer e o pôr do sol na Espanha um espetáculo...

Salamanca parece uma cidade muito interessante, mas passei muito pouco tempo lá... 

Alguns vislumbres em Ciudad Rodrigo, quase na fronteira com Portugal

Passagem rápida por Coimbra, já na Terrinha

Considero essa minha viagem, apesar de curta, um verdadeiro presente do Universo para mim. Um sonho realizado mostra que era, sim, possível. Não há lugar no mundo inalcançável, isso eu descobri. Se você realmente quer algo, vá de encontro com este algo, e mesmo que não consiga, ao menos tente e aprenda algo, tome outro rumo, faça algo de si mesmo e faça o que você acha que deva fazer, independente dos outros. Sei lá, senti que tudo meio que convergiu para o bem, com aquele feeling de "meant to be". Eu amei e me senti muito pleno. Viajar é um grande investimento porque te completa, te agrega, e é algo que absolutamente ninguém pode te tirar - é seu para sempre! A vida pode não fazer sentido algum, e eu não sou a mais otimista das pessoas, mas eu acho que  nesses momentos em que é bom ser. Como um reencontro do eu com o eu - e no fim você mesmo é "o sentido". Como Joan Fontaine falou na biografia dela, "I felt free, I felt ME". 

E nem pensem que eu sosseguei o facho, já estou bolando várias outras viagens novas, pela Europa e além. Mas isso fica mais para a frente, mas me aguardem. 

Sobre o blog, tenho ideias de escrever sobre cinema, claro. Ou afins, como TV, teatro, literatura e cia. Eu estou a ler muitas biografias de cinema então quero fazer mais perfis biográficos de atrizes, principalmente as mais desconhecidas do grande público. Stay tuned...

Dedico esse post aos meus amigos. Os que me amam: eles sabem quem são. 



Aquele abraço - 

Pedro






5 comentários:

  1. A gente ri em vários trechos, se emociona, e celebra a realização de um sonho que nos faz sonhar junto! Eu amei o texto, as impressões e quero continuar por aqui <3

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  2. Muito corajoso em falar sobre sua jornada pessoal e profissional! Admirada com seus relatos e também amo a bruxa onilda rsrs

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  3. Ah, Pedro... Eu adorei a leitura. Ou deveria dizer "viagem"? Sim, pq eu viajei junto contigo durante toda a leitura. Nem sei quanto tempo fiquei aqui. hahhaha

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